sexta-feira, 20 de julho de 2018

Bodas de diamante: Arcida e Arcebiades

Em nome de meus irmãos, recebi a incumbência de resumir a história de amor de nossos pais, Arcida e Arcebíades, mais conhecidos como Cida e Bia.
Nascidos em Monte Azul/MG, filhos de agricultores, desde crianças experimentaram sofrimento, pobreza e medo. Sob o intenso sol do Riacho Seco, mãe, filha de Altina e de José Moreira, convivia com os demais irmãos e irmãs. Nosso pai, do Barreiro, filho de Felisberto e de Romana, com tenra idade teve que enfrentar a enxada para o plantio de algodão, feijão andu e melancia, além da criação de gado e a domação de animais redomões.
Mãe com 15 anos e pai com quase 23 se uniram em matrimônio no dia 17 de junho de 1958, na Paróquia Nossa Senhora da Graça. Após deixarem o convívio dos progenitores, foram habitar, primeiramente, em uma caserna, e depois, passaram a morar em uma casinha que os dois construíram no Barreiro. Após contínuas perdas agrícolas e pecuárias, por causa da tórrida seca que assolava o pasto e o bicudo que atacava o algodão, além das constantes desavenças entre familiares, mãe pediu a Deus para que preparasse uma terra, ainda que tivesse que trabalhar mais do que já trabalhava, ainda que tivesse um novo filho a cada ano, tudo ela aceitaria desde que o Altíssimo concedesse paz, conforto e alimento para os seis filhos menores. Assim como Jacó, que se fez passar por Esaú para obter a benção de seu pai Isaac, nosso pai inventou uma história de engorda de uma porca para que seu irmão, nosso saudoso Tio Lé (Clemente), emprestasse certa quantia de réis. Com o dinheiro, pai, sozinho, deslocou de Monte Azul para Sumaré, interior de São Paulo, sob a benção divina, o conforto e a segurança do amor autêntico e único de nossa mãe por ele. João Batista, Zé Bia, Beto, Lena, Cidinha e Roberto ficaram sob os cuidados de nossa mãe, que ainda zelava pela casa, roça e criações. Enquanto pai sofria com a solidão e o cansaço pelo trabalho na colheita de tomate, algodão e capinagem de lotes, mãe padecia com a desconfiança dos parentes, bem como convivia com o choro dos filhos e a dor da inquietação. Com penúria mesclada à amargura, ela aprendeu de um jeito diferente o que significava, verdadeiramente, crer em Deus, o que significava, de fato, ter fé.
Em meados de 1972, nossos pais atravessam Minas Gerais e São Paulo, pela antiga via férrea, por quatro dias de viagem. Agora, de carteira assinada pela Prefeitura Municipal de Sumaré e de posse de um barraco comprado de “Seu” Chico, na antiga Vila Sapo (Jd. Alvorada), o casal busca um recomeço. Em Sumaré, Deus permitiu novos filhos. Eu, Márcio, Paulo, André, Eliana, Fátima e Marcelo, além de três natimortos. Nesta nova cidade, João Batista conheceu Sônia; Zé Bia, Rô; Beto, Cleide; Lena, Cido; Cidinha, Chico; Roberto, Rosa; eu conheci a Gis; Paulinho, Geovana; André, Lilian; Eliana, Enderson; Fátima, Renato; e Marcelo conheceu Natália. Destas novas uniões matrimoniais nasceram Cristiano, Juliano, Thiago e Daniel; Vanessa, Felipe e Fabrício; Cibele e Fabiano; Jonathas, Thais e Matheu; Daniela; Camila; Gabriela, Gabriel e Graziela; Ana Beatriz e Maria Eduarda; Juninho; Agatha; Pedro e Ana Carolina; e, por enquanto, das netas Daniela, Rodrigo; da Cibele, Daniel; da Thais, Arthur; e da Vanessa, a bisneta Emanuela.
Parabéns ao casal pelos 60 anos de casamento, pelo amor, fé, alegria e coragem, pois como dizia o profeta Jeremias, feliz é o casal cuja confiança está totalmente depositada em Deus (Cap.17, 7).

Prof. Benedito Luciano Antunes de França (Prof. Benê França)

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5 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pelo texto!
Ficou mto criativo
Apesar de tanto sofrimento, Deus abençoou a caminhada, os percalços do caminho e continua a acompanhar nessa caminhada da vida.
Parabens 60 anos de casados e que venha os 70, 80 até quando Deus permitir
Grande abraço tio

Fatima Franca Higa disse...

Linda história! Que nos sirva de força para a vida! Bjao!

Unknown disse...

Muito top tio,nossa família é de arrepiar!!!🙏🙏🙏

Unknown disse...

Parabéns ao casal pela fé, coragem e perseverança.

Unknown disse...

Parabéns ao casal e pelo texto, prof.! Me fez lembrar um pouco da história dos meus pais também. Obrigada pelos ensinamentos! Att. Carla - FATEC-BP/2015.

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