A
existência de Deus é uma verdade da razão e da fé, para o italiano Tomás de
Aquino (1227-1274), o “doutor Angélico” da Igreja Católica, grande expoente da Escolástica,
corrente filosófico-doutrinária proeminente dos séculos XII-XIV, fundamentada,
sobretudo, em Aristóteles e nas exegeses bíblicas. São Tomás de Aquino exclui
que a existência divina seja apreendida por “intuição direta”, porquanto, nesse
caso, não haveria a necessidade de prová-la; também não admite que se possa
concebê-la “a priori”, partindo da “ideia de Deus”, como argumentava alguns
pensadores cristãos pela “prova ontológica”, pois, segundo Tomás, da ordem da
ideia não se pode passar à ordem da realidade. Deus, para ele, demonstra-se “a
posteriori”: parte-se, antes, daquilo que nós conhecemos e sabemos, além das
coisas sensíveis, assimiladas pelos sentidos humanos. Daí a necessidade de buscar
provas racionais para a existência de Deus; Tomás de Aquino nos propõe cinco:
1ª)
Tudo o que se move é movido por outrem. Ora, se todo movimento supõe uma causa,
deve existir um primeiro motor, imóvel, causa de todo movimento não provocada
por nenhuma outra força motriz;
2ª)
Todo efeito tem uma causa; assim, deve existir uma causa primeira, razão de
todos os efeitos, não causada nem provocada por nada;
3ª)
Toda coisa é contingente, incerta, e não tem razão de ser em si própria; portanto,
deve haver algo não contingente, um Ser necessário, fundamento de tudo;
4ª)
Toda coisa tem certo grau de perfeição; deve existir, portanto, um parâmetro do
que é perfeito, um Ser absolutamente perfeitíssimo;
5ª)
Toda coisa é dirigida a um fim; deve haver, assim, uma inteligência ordenadora
do universo que a dispõe nesta perspectiva.
Verifica-se
que São Tomás parte de um fato, por exemplo, as coisas têm movimento, as coisas
são contingentes, etc., e aplica a este um princípio, por exemplo, o que se
move é movimento por outrem, todo efeito remete a uma causa, etc., visando
concluir que Deus existe. Assim à pergunta “se Deus existe”, a razão, em
harmonia com a fé, responde que “sim!”.
BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)
46 anos
Licenciado e Mestre em Filosofia. Professor Titular de Filosofia da
EE João Franceschini, em Sumaré/SP. Professor Titular de Filosofia (Ética,
Metodologia, Direito aplicado à TI) da Faculdade de Tecnologia de Americana, em
Americana/SP. Escritor e comunicador.
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