domingo, 5 de julho de 2020

27 de junho de 2015 - 27 de junho de 2020: 5 anos sem Maria Lígia Stupelli Amaral, um exemplo de caridade!

 
Há cinco anos atrás, o Senhor Nosso Deus recolhia para o seu reino de Glória, Maria Lígia Stupelli Amaral, minha ex-madrinha de batismo da Igreja Católica Apostólica Romana. 
Casada com Osvaldo Pereira do Amaral, mãe de Czar, Vadinho, Zezinho e Bel, foi a mulher que me ensinou a Amar a Deus sobre todas as coisas, a amar o necessitado e a pôr o conhecimento, as posses e a fé, a serviço dos mais carentes. 
Diante da pergunta, típica de um mundo marcado pela apropriação e pelo egoísmo econômico, em que cada um(a) apenas medita no seu próprio futuro financeiro, pensando apenas nas finanças de seus descendentes, dos membros de sua prole, ela nos ensinou que, primeiro, deve servir aos mais pobres, por meio da caridade, expressão pura do Amor a Deus, sem querer, nem desejar nada, absolutamente nada, em troca. 
Para muitos isso pode soar como algo impossível, mas, Deus me deu o prazer, desde o dia 3 de março de 1974, ocasião de meu batismo católico, na Igreja do Jd. Botafogo, na Avenida Brasil, em Campinas/SP, pelas mãos do Pe. José Giordanno, que me batizou a pedido de minha madrinha, que fazer o bem é confiar exclusivamente Naquele que Fez os Céus, a Terra, Naquele que Não Dorme, nem Cochila: é Ele que é o Senhor de Tudo e de Todos, o Misericordioso, o Compassivo, o Eterno, o Único.
Muito obrigado, minha querida "mãedrinha", pois, com todas as dificuldades, eu e minha esposa Gislaine Silva de França, pretendemos seguir os mesmos passos da senhora, com o exercício pleno e contínuo da caridade. 
Muito obrigado por cuidar de mim, pois, quando eu não tinha forças, como bebê, como criança, como adolescente, como jovem, como adulto, como solteiro, como casado, como religioso católico da Arquidiocese de Campinas (e depois protestante), como docente, a senhora sempre foi a expressão mais verdadeira, pura e fraterna do Amor divino, predisposta a servir, a ajudar, a me nutrir, a me energizar, a me abençoar,  a levantar a minha cabeça, com altivez e, simultaneamente, com humildade.
Descanse em paz. 
Nós, com muita dor nos corações, estamos bem, Madrinha; estamos tocando a caminhada, em direção ao feliz encontro divinal, embora a sua falta, muitas vezes, acentua, mexe, fere, sangra, doí; e os choros, manifestos pelas lágrimas, lançam-se ao chão do carro, à roupa, no paletó, ao tapete da casa, ao solo do avião, principalmente naqueles inexplicáveis momentos em que a dor não se oculta e manifesta inesperadamente. É o coração expressando a dolorosa falta física da senhora, ainda que a alma esteja harmonizada, em paz, em comunhão.
Eu, minha família e a família Stupelli Amaral, agradecemos ao Vereador Geraldo Medeiros da Silva, ex-presidente da Câmara Municipal de Sumaré, grande amigo e irmão que nos concedeu a benção de nomear uma Rua, em Nova Veneza, com o nome dela, a meu pedido, sonho almejado pelo Zezinho (José Eduardo Pereira do Amaral), meu grande irmãozinho, e pelo Tom (Wellington Amaral Batista), filho do Ricardo e da Bel, meu primeiro afilhado espiritual. 
Paz, saúde e bem, e que nossa "mãedrinha" Maria Lígia Stupelli Amaral nos ajude; que Deus, Nosso Eterno Criador, nos abençoe e nos santifique e, sobretudo, que cicatrize nossos corações machucados pela dor da ausência...

BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)
46 anos
Licenciado e Mestre em Filosofia. Professor Titular de Filosofia da EE João Franceschini, em Sumaré/SP. Professor Titular de Filosofia (Ética, Metodologia, Direito aplicado à TI) da Faculdade de Tecnologia de Americana, em Americana/SP. Escritor e comunicador.

Visite nosso Canal de Filosofia no YouTube: https://www.youtube.com/beneditolucianoantunesdefrança

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Assista o vídeo no Canal do YouTube em homenagem à Maria Lígia Stupelli Amaral:

Aristóteles, o Estagirita: a experiência!

Para Aristóteles (384-322 a.C.), “nihil est in intellectu quod non fuerit primum in sensu”, ou seja, tudo o que há em nosso intelecto provém dos sentidos. Embora fosse aluno de Platão e respeitasse as ideias de Sócrates, o estagirita – alcunha histórica por ter nascido em Estagira, na Macedônia -, autor de diversas obras sobre Lógica, Física, Filosofia, Metafísica, Política, Botânica, Zoologia, etc., compreendia a realidade como derivante das experiências sensitivas humanas. Segundo ele, nós nascemos como uma tabula rasa, uma folha em branco; na medida em que pela visão, tato, paladar, olfato, audição, vamo-nos conhecendo e/ou assimilando os objetos e as coisas que nos circundam, passamos a compreender cada coisa em sua insubstituível realidade material; as experiências, portanto, são as bases fundamentais do conhecimento humano.

Enquanto Platão defendia a preexistência da alma, do Ser e do mundo das ideias, Aristóteles conceberá o conhecimento como oriundo de um constante aprendizado e de um permanente embate entre verdade e falsidade, o que naturalmente leva a comportar o erro, a dúvida e a imprecisão, sempre em busca de um saber sistematizado, lógico e coerente. Ademais, a própria Lógica que ele solidificará, a partir do estudo dos silogismos, revelará a necessidade da criação e da fundamentação de um conhecimento com valor objetivo e universal, isento de preconceitos e equívocos.

Três informações são essenciais para se entender a profundidade do criador do Liceu: as teorias da matéria e da forma (hilemorfismo); as definições de potência e ato; e os princípios das quatro causas (material, formal, eficiente e final). Para se tomar ciência dessas teorias é nos dado um clássico exemplo citado pelos historiadores da Filosofia, no Dicionário de Filosofia, de Gérard Durozoi e André Roussel, publicado em 1993, pela Editora campineira Papirus: a estátua de mármore. 

“(...) O mármore é a causa material da estátua; a causa formal corresponde à ideia que dá a cada coisa sua forma determinada (a ideia do escultor); a causa eficiente é o antecedente imediato que provoca a mudança (cinzelada), e a causa final é o objetivo visado (ganho, amor pela arte)” (DUROZOI; ROUSSEL, 1993, p. 36). A potência, neste caso, indica as prováveis possibilidades de ser do mármore, que passa à condição de ato após receber uma forma, a de estátua de mármore.


BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)
46 anos
Licenciado e Mestre em Filosofia. Professor Titular de Filosofia da EE João Franceschini, em Sumaré/SP. Professor Titular de Filosofia (Ética, Metodologia, Direito aplicado à TI) da Faculdade de Tecnologia de Americana, em Americana/SP. Escritor e comunicador.

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Obs.: 
Texto escrito originalmente em 21 de novembro de 2005 para a Coluna "Um penetra na ágora", criada por mim em 2005, vinculada ao Jornal "Tribuna Liberal", de Sumaré/SP, onde eu escrevia, às Quartas-feiras, voluntária e gratuitamente.

Platão (Aristocles): "O mundo das ideias"!

“Eidos”, “Idea”, expressões para designar visão, ideia, uma representação mental da coisa abstrata ou concreta, uma abstração acerca da realidade ou sobre componentes dela. O mais brilhante aluno do filósofo Sócrates concebe a realidade através da ideia, princípio basilar de seu pensamento. 

Segundo Aristocles (428-348 a. C), universalmente conhecido como Platão - devido ao seu aspecto robusto -, as ideias são formas, modelos perfeitos ou paradigmas, eternos e imutáveis, que transcendem a realidade material e que visam fundamentar a compreensão do real. Enquanto a corrente filosófica materialista recorre aos sentidos humanos e a experiência prática para captar o real, Platão concebe o mundo sensível como derivante das ideias; tudo aquilo que existe e que se vê seria um simulacro da verdadeira realidade, a “essência”, aquilo que faz algo ser o que é, do ser, termo que ele empresta de Parmênides.

Há diversas vertentes de pensamento que vão redefinir as obras escritas por Platão com diferentes contribuições, interpretações e olhares. Uma delas, influenciada, sobretudo, pela releitura dos pensadores da Renascença, dirá que, para o autor de “A República”, o mundo é concebido de duas formas: a primeira, o mundo sensível, resulta da observação empírica e da captação do real pelos sentidos; a segunda, o mundo inteligível, define-se como uma realidade supra-sensível, meta-empírica, que vai além daquilo que se vê, ouve, enxerga, tateia ou que se saboreia; na verdade, segundo ele, toda experiência humana apenas seria uma recordação do mundo inteligível.

Portanto, para Platão, o real é apenas uma representação de algo que previamente existia na forma de essência, no “Mundo das ideias”, o "Hiperurânio", local de habitação de nossa eterna alma. Tudo aquilo que, de fato, existe seria uma cópia imperfeita daquilo que eternamente existiu como essência. Ademais, para Platão, a ideia de Bem, assim como o Sol, deve ser o fundamento da existência humana, sobretudo do amante do saber.

O protagonista da Filosofia Idealista instalou sua escola filosófica, a Academia, em Atenas, e tornou-se historicamente conhecido como o inventor do diálogo e da dialética como instrumentos filosóficos.


BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)
46 anos
Licenciado e Mestre em Filosofia. Professor Titular de Filosofia da EE João Franceschini, em Sumaré/SP. Professor Titular de Filosofia (Ética, Metodologia, Direito aplicado à TI) da Faculdade de Tecnologia de Americana, em Americana/SP. Escritor e comunicador.

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Obs.: 
Texto escrito originalmente em 4 de novembro de 2005 para a Coluna "Um penetra na ágora", criada por mim em 2005, vinculada ao Jornal "Tribuna Liberal", de Sumaré/SP, onde eu escrevia, às Quartas-feiras, voluntária e gratuitamente.

Maria Lígia Stupelli Amaral: uma mulher de Deus, expressão da pura caridade: homenagem póstuma!

 

Nascida no dia 17 de novembro de 1947, na cidade de Campinas/SP, morou por toda a vida na região central de Sumaré/SP.

Filha de José Stupelli e de Isabel dos Reis Stupelli, Maria Lígia era filha única; no dia 30 de junho de 1962 se casa com Osvaldo Pereira do Amaral, com quem tem quatro filhos: Czar Pereira do Amaral, Osvaldo Pereira do Amaral Filho, José Eduardo Pereira do Amaral e Isabel Cristina dos Reis Amaral.

Desde adolescente exercia atividades beneficentes; após o casamento auxiliava permanentemente a obra dos Vicentinos, ação benemérita católica, com a intenção de mitigar o sofrimento dos mais pobres de nosso município.

Na década de 70, visionária e empreendedora, ela implantou uma empresa têxtil na cidade, “Têxtil Dória Ltda.”, na Rua Antônio do Valle Mello, no centro de Sumaré, estabelecimento comercial e industrial que a permitiu empregar grande quantidade de jovens e de pais e mães chefes de família.

Sua vida foi marcada pela simplicidade e religiosidade; filantrópica e caridosa, por natureza, ela é tida como uma das mulheres com o maior número de afilhados e afilhadas de Batismo, de Primeira Comunhão, Crisma e de Matrimônio, segundo documentos da Paróquia Matriz de Sant’Ana de Sumaré, além de registros das Paróquias adjacentes ao nosso município, de acordo com dados da Arquidiocese de Campinas.

Com muita frequência, aos finais de semana, ela, acompanhada do marido e dos filhos, fazia visitas constantes aos afilhados e as pessoas mais carentes, sempre conduzindo um presente, uma lembrança ou mantimentos para atender os mais necessitados. Seu ideal de vida era o amor ao próximo, o auxílio ao idoso e doente e o amor imensurável pelas crianças.

Com a permissão de Deus, Nosso Eterno Criador, ela nos deixou no dia 27 de junho de 2015, trazendo aos corações de tantos que ela amou e ajudou muitas saudades e recordações que o tempo e a distância jamais irão apagar.

Obs. 1: 

Texto escrito pelo seu afilhado mais velho, Prof. Benê França, a quem ela alimentou, amou, vestiu e educou. Entre tantos ensinamentos concedidos, um mais nos chamou a atenção:  que só há um caminho que conduz aos céus e à felicidade plena, a caridade, pois, segundo Maria Lígia, com confirmação bíblica, só a caridade é a perfeição:

“Acima de tudo, no entanto, revesti-vos do amor que é o elo da perfeição”

(Carta de São Paulo Apóstolo aos Colossenses, capítulo 3º, verso 14).

 

Obs. 2: 

Este texto foi lido no Plenário da Câmara Municipal de Sumaré/SP, pelo Vereador Geraldo Medeiros da Silva (PT/SP), ex-aluno deste docente na EE Profa. Maria Ivone Martins Rosa, a quem hoje agradecemos pela honra concedida, conforme dito, com a nomeação de uma Rua, no Distrito de Nova Veneza. 

O que até então ninguém sabia é que, após assinar a documentação pela Caixa Econômica Federal, em função de receber um Apartamento no Condomínio “Residencial Águas de Santa Bárbara”, pelo Programa do Governo Federal denominado "Minha Casa, Minha Vida", em uma Terça-feira, 23 de junho de 2015, Maria Lígia passou mal, foi socorrida pelos familiares e internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jd. Macarenko, em Sumaré, e, infelizmente, no Sábado, dia 27, falece. 

Quando o Vereador Geraldo Medeiro, por meio de Decreto Municipal assinado pela Prefeita Cristina Carrara (PSDB/SP), concede o nome da Rua 1 como “Rua Maria Lígia Stupelli Amaral”, nem ele nem nós sabíamos que, a rua nomeada, seria a residência onde Maria Lígia moraria, se não tivesse falecido. Coincidência? Não. 

Isso se chama “Providência Divina”. 

Glória a Deus nas Alturas.


Obs.: 3: 

Essa bela história é narrada, com outros elementos de imagens e áudios, no Canal do YouTube do Prof. Benê França (https://www.youtube.com/beneditolucianoantunesdefranca). 

Assista o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=JWntXqGM7Xw


quinta-feira, 18 de junho de 2020

Heráclito e Parmênides

Na Escola Estadual Profa. Maria Ivone Martins Rosa, onde lecionei “Filosofia”, e no curso de Bioquímica, na Escola Técnica Estadual Conselheiro Antonio Prado (Etecap), onde administrei aulas de “Ética e Cidadania”, sempre era motivo de algazarras quando se mencionava os pensadores Parmênides e Heráclito. De fato, são nomes tipicamente gregos, que provocariam chacotas e rostos sisudos nos oficiais de Cartório de Registro Civil se algum pai ou mãe, em estado psíquico alterado, quisesse homenagear sua prole com um dos esdrúxulos nomes. Chacotas à parte, o certo é que não teríamos a Filosofia sem esses dois senhores; eles são como o trigo, o ovo, a água e o fermento nas mãos do padeiro.
Heráclito (576-480) é de Éfeso, colônia Jônia do século VI antes de Cristo; Parmênides (540-450), de Eleia, região próxima ao Mar Tirreno. Os historiadores da Filosofia têm o hábito de dividir o pensamento filosófico em diversas correntes, sendo assim, tanto o expoente da Escola Jônica (ou Iônica) quanto o da Escola Eleática são classificados como pré-socráticos, pois são anteriores ao pai da Filosofia, Sócrates (469-399). Não é à toa que todos os demais filósofos foram influenciados por esses dois grandes pensadores!
Para Heráclito, tudo flui. O símbolo do seu pensamento é o fogo, que designa, entre outras coisas, a variação, a alteração, a mutabilidade das coisas. “Não se toma banho duas vezes no mesmo rio”, pois, seja a pessoa ao banhar-se não ser mais a mesma, seja pela natureza dos rios, diferente dos lagos, pela movimentação contínua das águas. 
O ícone heraclitiano é a ideia da transformação, bem explicitado no slogan grego que dá origem ao seu pensamento: “Panta rei” (Πανtα  ρηi). A genética, através do conceito de mutação, a física, mediante o conceito de movimento, são apenas algumas das áreas antevistas pelo filósofo de Éfeso, um dos sete sábios da humanidade.
A pesquisa do sábio eleático funda-se no seguinte princípio: “O real é e não se pode dizer que não é, porque não se pode conhecer nem exprimir o que não é. Isto é, ou não é; o ser é ou não é”. Ademais, para ele só há dois tipos de filosofia, a que contempla a verdade e a que venera a opinião.
Afirmações que todos os dias nós ouvimos e dizemos como “as aparências enganam”, “nem tudo o que parece é”, derivam do sábio de Eleia. Para ele, é indissociável a combinação pensar e ser, pois ao pensar nós somos, existimos, afirmação que influenciou diretamente o francês Renê Descartes (1596-1650), que disse: “Penso, logo existo”.
Antagônico ao pensamento heraclitiano, Parmênides, é o grande pai da Metafísica. Para ele, nada se altera, pois o ser é hoje e sempre será o mesmo; a identidade, a essência do ser, é permanentemente sempre a mesma.
Se a Biologia e a Física amparam os dizeres de Heráclito, a Teologia e a Metafísica sustentam as proposições de Parmênides. Por conseguinte, se um defende a transformação, o outro argumenta a favor da essência, da permanência, da imutabilidade dos seres.
Todas as vezes que discutimos as concepções desses dois pensadores, a primeira coisa que os estudantes perguntam é sobre quem tem a razão. Epistemologicamente ambos estão corretos, pois lançaram preposições para discutirmos, avaliarmos e repensarmos as nossas concepções; todavia, o grande sábio é aquele que reconhece a própria ignorância e que se dispõe a ouvir, a entender e a sopesar aquilo que está sendo sugerido; postura diferente do ignorante, que ante a novidade, apresenta-se indisposto a remoção dos próprios preconceitos, pré-juízos e falsas opiniões. 


BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)

46 anos
Licenciado e Mestre em Filosofia. Professor Titular de Filosofia da EE João Franceschini, em Sumaré/SP. Professor Titular de Filosofia (Ética, Metodologia, Direito aplicado à TI) da Faculdade de Tecnologia de Americana, em Americana/SP. Escritor e comunicador.

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Obs.: Texto escrito originalmente em 11 de maio de 2005 para a Coluna "Um penetra na ágora", criada por mim em 2005, vinculada ao Jornal "Tribuna Liberal", de Sumaré/SP, onde eu escrevia, às Quartas-feiras, gratuitamente.

sábado, 30 de maio de 2020

Sócrates: Nada sei!


“Só sei que nada sei” é o lema filosófico atribuído ao grande pensador ateniense Sócrates, o pai da Filosofia. Segundo a historiografia, há dúvidas sobre a real existência dele. Alguns dizem que ele teria sido apenas um mero personagem dos diálogos de Platão; para outros, as obras de Xenofontes, Aristófanes e as do criador da “Academia” corroboram a sua existência histórica.
Os biógrafos de Sócrates afirmam que, certo dia, Querefonte teria ido à Delfos, onde havia um templo dedicado ao deus Apolo, e ao consultar o oráculo – o mediador entre o visitante e a Pítia, sacerdotisa do templo -, acerca do homem mais sábio do mundo, ela teria dito que seria Sócrates. Ao tomar ciência que excedia a todos os demais homens em sabedoria, Sócrates, humildemente, rejeitou a proposição e, com mais de 65 anos de idade, começou a interpelar todos aqueles que julgava verdadeiramente sábios, a fim de refutar a profecia da Pítia. Este era o seu projeto pedagógico-filosófico. Quanto mais Sócrates questionava um, sopesava outro, indagava ao artesão, ao juiz ou interrogava ao político de Atenas, mais ele se convencia do falso conhecimento que esses tinham, e ele, diferente desses, uma só coisa de todas as possíveis ele tinha certeza: que nada sabia.
Ora, este saber negativo visava atingir o verdadeiro saber, o conhecimento pleno das essências das coisas, da ética, da política, do comportamento humano, da felicidade. Sócrates desconhecia esses saberes teóricos e práticos e ao indagar para quem ele julgava tê-los, como bom estudante, ele queria assimilá-los, aprendê-los. Infelizmente, os seus métodos de investigação e de pesquisa o fizeram ganhar inúmeros adversários, ardorosos inimigos, tanto quanto sequazes. A ironia e a maiêutica eram instrumentos pedagógicos para resgatar, mediante perguntas, respostas, e através destas, novas perguntas, visando obter a verdadeira essência do conceito e a base consolidada do saber.
Julgado na Ágora como “corruptor da juventude” e de “não crer nos deuses da cidade”, foi obrigado a tomar cicuta, e morre em 399 a.C. Sócrates é o grande mártir do pensamento ocidental, porquanto de uma só coisa ele conhecia: que nada sabia e, como bom estudante, que estava predisposto a aprender.

BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)
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segunda-feira, 25 de maio de 2020

Tomás de Aquino: Deus existe!

A existência de Deus é uma verdade da razão e da fé, para o italiano Tomás de Aquino (1227-1274), o “doutor Angélico” da Igreja Católica, grande expoente da Escolástica, corrente filosófico-doutrinária proeminente dos séculos XII-XIV, fundamentada, sobretudo, em Aristóteles e nas exegeses bíblicas. São Tomás de Aquino exclui que a existência divina seja apreendida por “intuição direta”, porquanto, nesse caso, não haveria a necessidade de prová-la; também não admite que se possa concebê-la “a priori”, partindo da “ideia de Deus”, como argumentava alguns pensadores cristãos pela “prova ontológica”, pois, segundo Tomás, da ordem da ideia não se pode passar à ordem da realidade. Deus, para ele, demonstra-se “a posteriori”: parte-se, antes, daquilo que nós conhecemos e sabemos, além das coisas sensíveis, assimiladas pelos sentidos humanos. Daí a necessidade de buscar provas racionais para a existência de Deus; Tomás de Aquino nos propõe cinco:
1ª) Tudo o que se move é movido por outrem. Ora, se todo movimento supõe uma causa, deve existir um primeiro motor, imóvel, causa de todo movimento não provocada por nenhuma outra força motriz;

2ª) Todo efeito tem uma causa; assim, deve existir uma causa primeira, razão de todos os efeitos, não causada nem provocada por nada;

3ª) Toda coisa é contingente, incerta, e não tem razão de ser em si própria; portanto, deve haver algo não contingente, um Ser necessário, fundamento de tudo;

4ª) Toda coisa tem certo grau de perfeição; deve existir, portanto, um parâmetro do que é perfeito, um Ser absolutamente perfeitíssimo;

5ª) Toda coisa é dirigida a um fim; deve haver, assim, uma inteligência ordenadora do universo que a dispõe nesta perspectiva.

Verifica-se que São Tomás parte de um fato, por exemplo, as coisas têm movimento, as coisas são contingentes, etc., e aplica a este um princípio, por exemplo, o que se move é movimento por outrem, todo efeito remete a uma causa, etc., visando concluir que Deus existe. Assim à pergunta “se Deus existe”, a razão, em harmonia com a fé, responde que “sim!”.

BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)
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São Tomás de Aquino: fé (fide) x razão (ratio)

Pela História da Filosofia, o filósofo e teólogo Tomás de Aquino – mais conhecido pela Igreja como “Doutor angélico”-, é contextualizado como um pensador vinculado a Escolástica que surge entre os séculos XII e XIV de nossa era; esta é concebida como “pensamento da escola ortodoxa e doutrinária medieval”, visto que é a base da Teologia cristã. Ela propõe, assim como a Patrística, uma síntese entre os princípios gerais da filosofia clássica e a religião cristã; contudo, enquanto Santo Agostinho fundamentará suas afirmações em Platão e no platonismo, São Tomás alicerçará em Aristóteles e no aristotelismo.
Tomás de Aquino nasce na Itália, em 1227, e falece em 1274, enquanto se dirigia para o Concílio de Lyon; além de ser oriundo de uma família nobre e de ter estudado em Nápoles, Paris e Colônia, tem uma formação filosófica e teológica extremamente consolidada. De todos os pensadores da Filosofia clássica quem mais lhe chama a atenção é Aristóteles. Por conseguinte, suas obras são influenciadas pelo Estagirita, desde as concepções aristotélicas da matéria e da forma (hilemorfismo), bem como as definições de potência e ato e os princípios das quatro causas (material, formal, eficiente e final). Tudo aquilo que compatibiliza o pensamento aristotélico ao bíblico-cristão Tomás considera; aquilo que imprime contradição, ele refuta e, com base na doutrina cristã, dá uma nova interpretação. Não é a toa que muitos historiadores da Filosofia dizem que Tomás de Aquino, sob o intuito de racionalizar as verdades da fé, “cristianiza” o macedônico Aristóteles.
Ora, se a Patrística conciliava, de forma pacífica e harmônica, a fé e a razão, estabelecendo a crença como fundamento para a real compreensão e entendimento das coisas, e vice-versa, a Escolástica, sobretudo com Tomás de Aquino, rejeitará esse pretensioso vínculo; Tomás considera a Filosofia “ancilla theologiae”, ou seja, como escrava e subordinada à Teologia, pois aquilo que a Filosofia pode apreender ou captar deve ser submetido, constantemente, à lógica e às verdades da Teologia; assim, a fé é um fundamento exclusivo para o ato de conhecer. Inserido num contexto marcado pela rivalidade e de dúvidas acerca da verdade, o pensamento tomista vem recuperar a tranquilidade do homem medieval e a crença deste num discurso perene, ortodoxo e sem contradições.

BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)
46 anos
Licenciado e Mestre em Filosofia. Professor Titular de Filosofia da EE João Franceschini, em Sumaré/SP. Professor Titular de Filosofia (Ética, Metodologia, Direito aplicado à TI) da Faculdade de Tecnologia de Americana, em Americana/SP. Escritor e comunicador.

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terça-feira, 12 de maio de 2020

Que é isto, a palavra Filosofia?



       Filosofia é uma palavra de origem grega, inventada por Pitágoras, que nasceu na ilha de Samos, reconhecido pela a História como o pai de um dos mais importantes teorema, o qual leva o seu nome, o Teorema de Pitágoras. Segundo o seu enunciado, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao valor do quadrado da hipotenusa; contudo, há hoje certa discordância entre alguns matemáticos e historiadores da Matemática sobre a real autoria deste Teorema. 
       Não obstante, sendo uma palavra radicada na Língua Grega, falada quase que exclusivamente pelos nascidos na Grécia, várias outras nações adotaram a expressão Filosofia, mantendo basicamente o som da língua original. Ora, é de comum acordo que todos os alfabetos possuem dois elementos: som e grafia. Sendo assim, a variação de um idioma para outro no que diz respeito à escrita da palavra Filosofia é bem pequena. Por exemplo, na Língua Inglesa, Filosofia é escrito como Philosophy; em Italiano, a palavra é escrita da mesma forma que se escreve em Português: Filosofia; em Espanhol, acrescenta-se tão somente o acento no segundo i, ou seja, Filosofía.
       Em Latim - idioma muito antigo do qual derivou inúmeros idiomas, entre eles o português, o francês, o alemão, o espanhol e o italiano-, escreve-se Philosophia. Sendo assim, todas estas variações gráficas derivam do grego: φιλοσοφία (escrita minúscula) ou ΦΙΛΟΣΟΦΊΑ (forma maiúscula). Ainda que a escrita grega seja bem distinta dos símbolos gráficos das línguas derivadas do Latim, uma coisa é certa: o som da palavra “Filosofia” fundamenta-se exclusivamente na entonação grega, ou seja, nós pronunciamos esta palavra da mesma forma como os gregos a falam.
       Como se observa, seis letras diferentes, em grego, formam a palavra Filosofia: Φ (fi) - ι (iota) - λ (lambda) - ο (ómicrón) - σ (sigma) - α (alfa).  As letras fi, assim como iota e ómicrón, aparecem duas vezes. Ora, muito mais do que isto, assim como outras palavras, a expressão Filosofia é portadora de um significado, de um sinônimo. Sendo assim, ela se divide, segundo a etimologia, em duas palavras distintas: Φιλός (FILO) + σοφία (SOFIA).
       Φιλός vem de φιλία, que dá origem a palavra em Latim, amicitia, ambas significam, em Português, amizade ou amor. Tanto φιλός  quanto φιλία  são expressões que derivam de φιλεω: um tipo de amor exclusivamente afetivo e, sobretudo, racional. Por sua vez, o radical φιλεω também pode ser traduzido como uma habilidade que, por vocação ou por causa da voz interior – ou seja, da consciência -, busca superar obstáculos e desafios que a vida nos apresenta.
       Quanto à σοφία, em Latim, significa sapientia, a qual pode ser traduzida para o Português como sabedoria, expressão que possui o seguinte significado, segundo o Minidicionário Aurélio: “s.f. 1. Grande conhecimento; saber, ciência. 2. Qualidade de sábio. 3. Prudência, sensatez” (FERREIRA, 1989, p. 454). Por outro lado, alguns acreditam que a palavra saber deriva de sabor, no sentido de valorizar a preferência pessoal e o valor subjetivo do conhecimento.
       Com efeito, ao inventar a palavra Filosofia, o matemático Pitágoras quer nos ensinar que ela expressa, principalmente, um grande amor pela sabedoria, e o filósofo, como portador dela, é um amante do saber e um devoto da verdade.
 
BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA) – 46 anos
Licenciado e Mestre em Filosofia. Professor Titular de Filosofia da EE João Franceschini, em Sumaré/SP. Professor Titular de Filosofia (Ética, Metodologia, Direito aplicado à TI) da Faculdade de Tecnologia de Americana, em Americana/SP. Escritor e comunicador.

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Obs.: Agradeço ao competente profissional da Fatec de Americana, sr. William Toshio Nakagawa, tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, e perito da área de computadores, por me ajudar a inserir os termos gregos neste Blog, com a predisposição similar a dos anjos divinos, que nos livram das ciladas e nos guardam de todos os males, inclusive os derivados da inaptidão tecnológica. Muito obrigado, Senhor Nakagawa.  


sexta-feira, 24 de abril de 2020

Andar de bicicleta: um princípio ético!


Que momento bizarro estamos vivendo. Na nossa mera opinião que, segundo a Filosofia, não tem valor de conhecimento nem de verdade, tudo se vincula à infância, sobretudo naquela áurea época em que aprendíamos a andar de bicicleta.

Meu pai trabalhou para um senhor que não tinha dinheiro para pagá-lo e lhe ofereceu, pelo serviço realizado, duas depenadas bicicletas azuis. Eu e o meu irmão, Márcio, ficamos felizes. Mas, como aprender a andar de bicicleta montado em algo, como diria Platão, desprovido das reais qualidades de uma verdadeira bicicleta? Nossa sorte é que tínhamos um excelente irmão mais velho, o “João”, que dava um jeito para tudo. Certo dia, João cismou de nos ensinar a andar de bicicleta; para ele, este ato significava ter equilíbrio na vida, era superar o segundo desafio humano, pois, o primeiro, foi suplantado na infância, pela persistência de nossos pais e irmãos, que nos treinaram para substituir o ato de gatinhar para que andássemos firmemente com os próprios pés; andar de bicicleta, portanto, era superar a fase da dependência dos progenitores e protetores, denotava transcender os desafios da vida, sustentados em algo que tínhamos o controle, desde que aprendêssemos com os erros, com os tombos e machucados, e mantivéssemos a humildade e paciência. João era persistente. Ademais, nosso objetivo era mais difícil de ser alcançado, pois a nossa bicicleta só tinha quadro, um pedal, corrente, um guidão torto e dois aros sem pneus!

Fomos à Rua 13, do Jd. Alvorada, na periferia de Sumaré/SP, Brasil, sem asfalto, porquanto o meu irmão dizia que se caíssemos, o sofrimento seria menor. E ele nos fez uma condição: só faria quatro tentativas.

Aprenderíamos a equilibrar e a perder o medo do tombo ou perderíamos o instrutor.

Na primeira tentativa, o Márcio foi para o mato e voltou mancando; vendo os erros dele, percebi que tinha que inclinar o meu pé no único pedal e, para contrabalançar, lançar o corpo, quase 23 Kg., para o outro lado. Essa tentativa teria sido um sucesso, senão fosse novamente aquele malfadado mato. Tínhamos mais três tentativas.

Na segunda, o Márcio caiu e chorou: “Não quero mais andar de bicicleta!”. João me perguntou se eu iria. Lá fui eu. Ele me empurrou com tanta força que não tinha como cair, bastava se equilibrar, e eu consegui. Só não entendi, aos meus 5 anos, o porquê que a bicicleta não parou e por qual razão eu saí daquela rua e fui cair num canteiro de obra da Avenida Rebouças; depois me explicaram que na vida tudo tem que ter freio, inclusive a bicicleta.

Que maravilhoso seria se os novos deputados federais e estaduais, senadores, governadores, além dos Ministros da República e do Supremo Tribunal Federal, tivessem aprendido a andar com a nossa bicicleta, tendo nosso irmão como instrutor. Não teriam tempo para os permanentes equívocos de outras legislaturas nem desperdiçariam as poucas possibilidades de transformação da vida de nossa gente simples. Sabendo se equilibrar, evitando, em todo o tempo, os excessos ou as faltas, como propôs Aristóteles, a vida de nosso povo seria menos triste e difícil.

Errar é humano, já confirmava o adágio popular; insistir no erro, como diria os existencialistas, é desejar ser mais humano que os demais seres. George W. Bush, por exemplo, saberia quando parar; bastaria usar racionalmente os freios do ego e do ufanismo do “american way of life”; sunitas e xiitas, no Iraque, entenderiam que o perfeito equilíbrio provém do par de pedais e que não adianta querer conduzir uma bicicleta sem proporcionar a justa distribuição do peso, altura, volume e do medo.

Ora, pedalar como certos jogadores de futebol é fácil, sobretudo quando há adequadas condições sócio-econômicas; quero ver pedalar, como os meus 2000 estudantes da Região Metropolitana de Campinas, atrás de uma oportunidade de emprego, de uma bolsa universitária, da realização de tantos sonhos, tão maravilhosos quanto justos, sem ter uma “bicicleta”. Não obstante, todos esses "matos" fazem parte da "rua sem asfalto" que, quando aprendemos a equilibrar, independentemente das políticas ambíguas nacionalistas, alcançaremos um lugar na "Avenida", nem que seja na sarjeta, machucados, mas o essencial terá sido atingido: obteremos a vitória pelo incentivo alheio e pela autoconfiança, embora nem sempre a vida nos dê pneus.

Benedito Luciano Antunes de França (Prof. Benê França) – 46 anos.
Mestre em Filosofia. Professor Titular de Filosofia da Faculdade de Tecnologia de Americana (FATEC – Americana/SP) e Professor Titular de Filosofia da EE João Franceschini, pela Secretaria Estadual de Educação, em Sumaré/SP.

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Obs. 1: Artigo originalmente escrito para o Portal lusitano "Portugal-linha.pt", conforme link abaixo:
http://www.portugal-linha.pt/200808031714/Andar-de-bicicleta-um-principio-etico/menu-id-52.html

Obs. 2: Este artigo tornou-se uma das publicações  mais reproduzidas pela imprensa brasileira, por diversos jornais e Blogs, de quase todas as unidades federativas de nossa querida e sofrida nação.

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