domingo, 5 de julho de 2020

Platão (Aristocles): "O mundo das ideias"!

“Eidos”, “Idea”, expressões para designar visão, ideia, uma representação mental da coisa abstrata ou concreta, uma abstração acerca da realidade ou sobre componentes dela. O mais brilhante aluno do filósofo Sócrates concebe a realidade através da ideia, princípio basilar de seu pensamento. 

Segundo Aristocles (428-348 a. C), universalmente conhecido como Platão - devido ao seu aspecto robusto -, as ideias são formas, modelos perfeitos ou paradigmas, eternos e imutáveis, que transcendem a realidade material e que visam fundamentar a compreensão do real. Enquanto a corrente filosófica materialista recorre aos sentidos humanos e a experiência prática para captar o real, Platão concebe o mundo sensível como derivante das ideias; tudo aquilo que existe e que se vê seria um simulacro da verdadeira realidade, a “essência”, aquilo que faz algo ser o que é, do ser, termo que ele empresta de Parmênides.

Há diversas vertentes de pensamento que vão redefinir as obras escritas por Platão com diferentes contribuições, interpretações e olhares. Uma delas, influenciada, sobretudo, pela releitura dos pensadores da Renascença, dirá que, para o autor de “A República”, o mundo é concebido de duas formas: a primeira, o mundo sensível, resulta da observação empírica e da captação do real pelos sentidos; a segunda, o mundo inteligível, define-se como uma realidade supra-sensível, meta-empírica, que vai além daquilo que se vê, ouve, enxerga, tateia ou que se saboreia; na verdade, segundo ele, toda experiência humana apenas seria uma recordação do mundo inteligível.

Portanto, para Platão, o real é apenas uma representação de algo que previamente existia na forma de essência, no “Mundo das ideias”, o "Hiperurânio", local de habitação de nossa eterna alma. Tudo aquilo que, de fato, existe seria uma cópia imperfeita daquilo que eternamente existiu como essência. Ademais, para Platão, a ideia de Bem, assim como o Sol, deve ser o fundamento da existência humana, sobretudo do amante do saber.

O protagonista da Filosofia Idealista instalou sua escola filosófica, a Academia, em Atenas, e tornou-se historicamente conhecido como o inventor do diálogo e da dialética como instrumentos filosóficos.


BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)
46 anos
Licenciado e Mestre em Filosofia. Professor Titular de Filosofia da EE João Franceschini, em Sumaré/SP. Professor Titular de Filosofia (Ética, Metodologia, Direito aplicado à TI) da Faculdade de Tecnologia de Americana, em Americana/SP. Escritor e comunicador.

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Obs.: 
Texto escrito originalmente em 4 de novembro de 2005 para a Coluna "Um penetra na ágora", criada por mim em 2005, vinculada ao Jornal "Tribuna Liberal", de Sumaré/SP, onde eu escrevia, às Quartas-feiras, voluntária e gratuitamente.

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