“Só sei que nada sei” é o lema
filosófico atribuído ao grande pensador ateniense Sócrates, o pai da Filosofia.
Segundo a historiografia, há dúvidas sobre a real existência dele. Alguns dizem
que ele teria sido apenas um mero personagem dos diálogos de Platão; para
outros, as obras de Xenofontes, Aristófanes e as do criador da “Academia”
corroboram a sua existência histórica.
Os biógrafos de Sócrates afirmam
que, certo dia, Querefonte teria ido à Delfos, onde havia um templo dedicado ao
deus Apolo, e ao consultar o oráculo – o mediador entre o visitante e a Pítia,
sacerdotisa do templo -, acerca do homem mais sábio do mundo, ela teria dito
que seria Sócrates. Ao tomar ciência que excedia a todos os demais homens em
sabedoria, Sócrates, humildemente, rejeitou a proposição e, com mais de 65 anos
de idade, começou a interpelar todos aqueles que julgava verdadeiramente
sábios, a fim de refutar a profecia da Pítia. Este era o seu projeto
pedagógico-filosófico. Quanto mais Sócrates questionava um, sopesava outro,
indagava ao artesão, ao juiz ou interrogava ao político de Atenas, mais ele se
convencia do falso conhecimento que esses tinham, e ele, diferente desses, uma
só coisa de todas as possíveis ele tinha certeza: que nada sabia.
Ora, este saber negativo visava
atingir o verdadeiro saber, o conhecimento pleno das essências das coisas, da
ética, da política, do comportamento humano, da felicidade. Sócrates
desconhecia esses saberes teóricos e práticos e ao indagar para quem ele
julgava tê-los, como bom estudante, ele queria assimilá-los, aprendê-los.
Infelizmente, os seus métodos de investigação e de pesquisa o fizeram ganhar
inúmeros adversários, ardorosos inimigos, tanto quanto sequazes. A ironia e a
maiêutica eram instrumentos pedagógicos para resgatar, mediante perguntas,
respostas, e através destas, novas perguntas, visando obter a verdadeira
essência do conceito e a base consolidada do saber.
Julgado na Ágora como “corruptor
da juventude” e de “não crer nos deuses da cidade”, foi obrigado a tomar
cicuta, e morre em 399 a.C. Sócrates é o grande mártir do pensamento ocidental,
porquanto de uma só coisa ele conhecia: que nada sabia e, como bom estudante,
que estava predisposto a aprender.
BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)
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BENEDITO LUCIANO ANTUNES DE FRANÇA (PROF. BENÊ FRANÇA)
46 anos
Licenciado e Mestre em Filosofia. Professor Titular de Filosofia da EE João Franceschini, em Sumaré/SP. Professor Titular de Filosofia (Ética, Metodologia, Direito aplicado à TI) da Faculdade de Tecnologia de Americana, em Americana/SP. Escritor e comunicador.
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