Para Aristóteles (384-322 a.C.),
“nihil est in intellectu quod non fuerit primum in sensu”, ou seja, tudo o que
há em nosso intelecto provém dos sentidos. Embora fosse aluno de Platão e
respeitasse as ideias de Sócrates, o estagirita – alcunha histórica por ter
nascido em Estagira, na Macedônia -, autor de diversas obras sobre Lógica,
Física, Filosofia, Metafísica, Política, Botânica, Zoologia, etc., compreendia
a realidade como derivante das experiências sensitivas humanas. Segundo ele,
nós nascemos como uma tabula rasa, uma folha em branco; na medida em que
pela visão, tato, paladar, olfato, audição, vamo-nos conhecendo e/ou assimilando
os objetos e as coisas que nos circundam, passamos a compreender cada coisa em
sua insubstituível realidade material; as experiências, portanto, são as bases
fundamentais do conhecimento humano.
Enquanto Platão defendia a
preexistência da alma, do Ser e do mundo das ideias, Aristóteles conceberá o
conhecimento como oriundo de um constante aprendizado e de um permanente embate
entre verdade e falsidade, o que naturalmente leva a comportar o erro, a dúvida
e a imprecisão, sempre em busca de um saber sistematizado, lógico e coerente.
Ademais, a própria Lógica que ele solidificará, a partir do estudo dos
silogismos, revelará a necessidade da criação e da fundamentação de um
conhecimento com valor objetivo e universal, isento de preconceitos e equívocos.
Três informações são essenciais
para se entender a profundidade do criador do Liceu: as teorias da matéria e da
forma (hilemorfismo); as definições de potência e ato; e os princípios das
quatro causas (material, formal, eficiente e final). Para se tomar ciência
dessas teorias é nos dado um clássico exemplo citado pelos historiadores da
Filosofia, no Dicionário de Filosofia, de Gérard Durozoi e André Roussel, publicado em 1993, pela Editora campineira Papirus: a estátua de mármore.
“(...) O mármore é a causa material da estátua; a causa formal corresponde à ideia que dá
a cada coisa sua forma determinada (a ideia do escultor); a causa eficiente é o antecedente imediato
que provoca a mudança (cinzelada), e a causa
final é o objetivo visado (ganho, amor pela arte)” (DUROZOI; ROUSSEL, 1993, p. 36). A
potência, neste caso, indica as prováveis possibilidades de ser do mármore, que
passa à condição de ato após receber uma forma, a de estátua de mármore.
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